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O que é psicoterapia?

De acordo com a Associação Americana de Psicologia (American Psychological Association - APA), "psicoterapia é a aplicação informada e intencional de métodos clínicos e interações interpessoais derivadas de princípios psicológicos estabelecidos com o objetivo de auxiliar as pessoas na modificação de comportamentos, cognições, emoções e/ou outras características pessoais em direções que os participantes considerem desejáveis".[1] Esta definição bastante eclética agrupa práticas que podem ser bastante distintas, mas que possuem os objetivos comuns de promover o bem-estar e a saúde mental dos pacientes.

Enquanto área da saúde mental, a psicoterapia é a principal linha de tratamento para os transtornos psicológicos, tais como transtornos de humor (p. ex.: depressão, bipolaridade), transtornos de ansiedade (p. ex.: ansiedade generalizada, fobia social, fobia específica, pânico, estresse pós-traumático), transtornos alimentares (p. ex.: anorexia, bulimia), transtornos psicóticos (p. ex.: esquizofrenia), transtornos de personalidade (p. ex.: borderline, anti-social), entre outros. Evidências da efetividade dos tratamentos psicoterapêuticos podem ser encontradas em milhares de pesquisas científicas conduzidas ao longo das décadas.[2] Inclusive, para alguns transtornos – como a depressão e a ansiedade - a psicoterapia evidencia-se como mais efetiva a longo prazo do que o tratamento medicamentoso.[3]

Apesar da etimologia da palavra (do grego psykhē - espírito, e therapeia - cura), a psicoterapia não se restringe apenas à “cura” ou tratamento de patologias, sendo também indicada para a busca de autoconhecimento e, consequentemente, para a resolução de problemas do cotidiano, como por exemplo relacionamentos interpessoais, regulação emocional, tomadas de decisão em geral, crises existenciais, etc. Além disso, o crescente movimento da chamada “Psicologia Positiva” vem focando nos potenciais positivos do conhecimento psicológico, sendo a psicoterapia positiva voltada para o desenvolvimento pessoal, como a busca pela felicidade autêntica,[4] sentido de vida[5] e o desenvolvimento de forças e virtudes pessoais.

[1] Definição de Norcross (1990, p.218-220) adotada oficialmente pela APA na resolução Recognition of Psychotherapy Effectiveness, aprovada em agosto de 2012. Tradução livre.

[2] Campbell LF, Norcross JC, Vasquez MJ, Kaslow NJ (2013). "Recognition of psychotherapy effectiveness: the APA resolution". Psychotherapy (Chic). 50 (1): 98–101. doi:10.1037/a0031817. PMID 23505985.

[3] Imel, Z.E., McKay, K.M., Malterer, M.B., & Wampold, B.E. (2008). A meta-analysis of psychotherapy and medication in depression and dysthymia. Journal of Affective Disorders, 110, 197-206. DOI: 10.1016/j.jad.2008.03.018;

Mitte, K. (2005). Meta-analysis of cognitive-behavioral treatments for generalized anxiety disorder: A comparison with pharmacotherapy. Psychological Bulletin, 131, 785-795. DOI: 10.1037/0033-2909.131.5.785

[4] Seligman, M. E. P. (2009). Felicidade autêntica. Rio de Janeiro: Objetiva. (Original publicado em 2002).

[5] Frankl, V. E. (2008). Em busca de sentido (31ª ed.). Rio de Janeiro: Vozes. (Original publicado em 1946).

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